O ministro da Defesa, José Múcio, avaliou, em entrevista nesta quinta-feira (21/9), que as Forças Armadas, enquanto instituição, garantiram “a manutenção da democracia” e que avanços golpistas após a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições foram “atitudes isoladas de componentes das Forças”. O ministro do governo Lula lamentou o “manto de suspeição” que recaiu sobre a instituição após Mauro Cid delatar reunião de comandantes militares com o ex-presidente para falar de golpe.
“Não mexe conosco [diretamente], porque se trata de pessoas que pertenceram, que estão na reserva, os citados, mas nós desejamos muito que tudo seja esclarecido. Evidentemente esse ambiente que a gente vive nos constrange e essa aura de suspeição coletiva nos incomoda”, disse Múcio, ao chegar a seu ministério nesta quinta.
Ele disse que pretende conversar com os atuais comandantes sobre a revelação, mas repetiu algumas vezes que o problema diz respeito a militares que trabalharam no governo Bolsonaro. “Essas coisas que saíram hoje são em relação ao governo passado, comandantes passados, não mexe com ninguém que está na ativa”, seguiu ele.
“Ficamos sempre torcendo que essas coisas tenham fim, porque você pode imaginar o que é trabalhar com um manto de suspeição, é muito ruim. quem não tem nada a ver com isso se sente incomodado. Mas tudo vai chegar a um bom fim. Tenho certeza cristalina de que o golpe não interessou, em momento nenhum, às Forças Armadas. São atitudes isoladas de componentes das Forças, mas nós devemos ao Exército, à Marinha e à Aeronáutica a manutenção da nossa democracia”, destacou Múcio.